Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios têm sua origem nos primórdios da Idade Média. Esses utensílios religiosos chegaram à Colônia pelas mãos do colonizador português e se espalharam pelas fazendas, senzalas e residências, tornando-se parte do cotidiano brasileiro.
Inicialmente, a capela concebida para o rei – na época acreditava-se que ele possuía dons divinos – era o local adequado para se fazer orações. Ao longo do tempo, essas capelas evoluíram para o uso particular e passaram a ser frequentadas por associações leigas.
Inspirando-se nos costumes da realeza, as famílias mais abastadas também passaram a possuir seus próprios altares. Esse costume acabou por se estender até o povo. Revela-se, a partir de então, o desejo de posse de relíquias ou outros objetos de piedade que conferiam aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do sagrado.
A partir daí, as imagens pintadas, esculpidas ou xilogravadas de santos protetores proliferaram-se. Muitas vezes, foram guardadas em pequenos altares, buscando-se conferir um ambiente propício para orações e celebrações.