O Museu de Artes e Ofícios (MAO) dá continuidade às ações do projeto Ofício da Música, sob a curadoria de Poti Castro, recebendo o cantor e compositor Celso Adolfo, no show “Voz e Violão”, no qual contempla músicas de três décadas de sua carreira: 1980, 1990 e 2000. Em especial, estão as canções inéditas inspiradas no livro “Sagarana”, do clássico de Guimarães Rosa, trabalho mais recente do músico. No palco, ele apresenta repertório de 15 composições autorais, com abordagens variadas, que vão das relações amorosas mais objetivas – presente em “Nós Dois”, aos temas mais diluídos que representam as variações de muitas situações que compõem nosso dia a dia, como “Coração Brasileiro” (de 1983), “O Tempo” (de 2003), “Barcarola Lusitana” (de 2011) e as canções de Sagarana (de 2015). A apresentação ocorre no dia 30 de outubro, sexta-feira, às 19h30, no Hotel do Teatro – Rua Costa Sena, 307, em Ouro Preto, onde o projeto tem patrocínio da Gerdau. A entrada é gratuita.
Celso Adolfo explica que o formato do show em voz e violão é o mais apropriado para cantar e contar sua forma de criação. “É assim que eu me sinto totalmente livre para mostrar, com clareza, o que crio no instrumento e porque eu e minhas músicas nos sustentamos nele. Me sustento nele. Criando uma história para cada uma delas, as harmonias, inversões, harpejos, interpretações nunca se repetem”, revela.
Mineiro de São Domingos do Prata, região identificada com o ciclo do ouro e as memórias da inconfidência mineira, Celso Adolfo buscou em outras identidades do nosso estado a inspiração para compor o seu próximo CD. Em Sagarana, livro que começou a ser escrito em 1930 pelo jovem médico João Guimarães Rosa, o compositor encontrou temática e sintaxe para o seu novo disco. Dos nove contos e das quadrinhas do livro já nasceram 15 das novas músicas. Às vezes o compositor reconta um conto ou cita frases; às vezes se inspira no ambiente interiorano mineiro para chegar a uma canção própria com características de outras Minas Gerais.