O Museu de Artes e Ofícios (MAO) dá continuidade às ações do projeto Ofício
da Música, em Ouro Preto, sob a curadoria de Poti Castro, recebendo as
francesas Aurélie e Verioca, para show de lançamento do disco “Pas à Pas”.
No palco, o duo apresenta toda sua versatilidade, em um show diversificado,
indo do samba ao baião, passando pela bossa nova e o maracatu ou ritmos mais
africanos. O evento ocorre no dia 30 de abril, quinta-feira, às 19h30, no
Hotel do Teatro (Rua Costa Sena, 307, Ouro Preto). O projeto tem patrocínio
da Gerdau.
No show, além das 12 músicas novas do disco “Pas à Pas”, a dupla inclui duas
músicas do primeiro disco “Além des nuages”: o choro franco-brasileiro
“Reconciliação” e o samba “Viver é ser feliz”, gravado com Casuarina. Outra
canção do repertório é o choro, homenageando Ernesto Nazareth, “Apanhei-te
cavaquinho” que ganhou uma terceira parte em francês e uma música de Guinga.
E, para se lembrar que a ponte musical franco-brasileiro tem uma longa
história, elas mostrarão uma versão bilíngue inédita da música de Tom Jobim
e Vinicius de Moraes : “Águas de março”.
CD “Pas à Pas”
Três anos de gestação e um ano de produção foram necessários para finalizar
esse disco. Gravado em Paris, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, na
Bretagne e em São Paulo, ele tem o sabor do mundo da dupla : profundamente
franco-brasileiro.
Do lado brasileiro Aurélie e Verioca chamaram uma mulher que elas consideram
como muito inspiradora : Joyce Moreno. A compositora carioca se considera fã
da dupla e se encantou pelo projeto, chegando mesmo a aceitar o desafio de
cantar em francês a letra que Aurélie escreveu para uma música instrumental
de sua autoria, chamada “For Hall”. A música virou “Chocolat for (H)all”,
uma canção em forma de despedida temporária do trio ao chocolate sem o qual
“a vida tem muito menos gosto”.
Um outro destaque do disco é a versão francesa da obra prima do compositor
Egberto Gismonti: “Lôro” que virou em francês “À la dérive” (À deriva).
Nesta música, a dupla conseguiu criar uma paisagem inédita, um sonho de vai
e vem feito ondas com a virtuosidade do arranjo da Verioca no violão, a
emoção sofisticada da voz da Aurélie e a percussão telúrica de Zé Luis
Nascimento (percussionista que acompanha a cantora franco-cabo-verdiana
Mayra Andrade).
Para acompanhar o seu choro em francês chamado “Pas à pas” (passo a passo)
as duas chamaram os seus amigos mineiros do grupo Flor de Abacate. Os cinco
músicos do melhor grupo de choro de Belo Horizonte toparam com alegria e
inspiração fazer parte da aventura. Marcos Flávio no trombone, Sílvio Carlos
no violão de 7, Ramon Braga no pandeiro, Dudu Braga no cavaquinho e Rubim do
Bandolim. Esse choro em francês ficou tão lindo que deu título ao disco e
ganhou até um vídeo com dançarinos de gafieira nas ladeiras de Montmartre em
Paris (o Isnard Manso e a Paula Leal, diretores de duas das maiores escolas
de dança do Rio de Janeiro fizeram a viagem só para participar do vídeo!)
Pesquisando no que a música brasileira tem de melhor, Aurélie escreveu uma
versão francesa da música “O tempo de um samba”, do compositor e violonista
paulistano Swami Jr. “Le temps d’un samba”, na nova versão com o segundo
violão do próprio Swami, cria mais uma ponte cor de nuvens entre o samba
daqui e le samba de lá.Para produzir as músicas “Ma voix” e “No caminho do
mar”, a dupla não precisou de nada. Nada mais do que o ar, e o vento leve
que assovia pros pássaros com quem a Verioca sabe falar. Canções sussurradas
para viagens íntimas.Ficando num ambiente aconchegante, a música “De novo”
viaja ao lado do Oriente, com a flauta africana e a sanza de Thomas Vahle
(músico de Mory Kanté) e a percussão de Stéphane Edouard (fiel
percussionista da banda mítica de jazz fusão francesa “Sixun”). Nas faixas 5
e 8 do disco, o cello de Médéric Bourgue carrega uma sonoridade nova,
saudosa em “À tout ce qui nous lie”, e cheia de raiva em “Mas pra quê”.Na
faixa 10, elas chegam ao Nordeste do Brasil, com um baião em forma de
pesadelo feliz. A melodia escrita por Verioca inspirou Aurélie a escrever
uma cavalgada fantástica, onde todas as figuras dos contos de fadas e outras
personagens da mitologia poderiam se encontrar no seu travesseiro. Sereias,
bruxas, cavalos e elfos se juntaram nesse “Rêve en baião” (sonho em baião)
que também conta com a participação de Zé Luis Nascimento. O disco termina
com muita alegria no samba. O primeiro chamado “Hoje!” conta com a
preciosíssima participação de Luís Filipe de Lima, arranjador de todos os
musicais brasileiros dos últimos anos e que, para a ocasião, faz um duo com
o cavaquinista virtuoso Osman Martins, paulistano radicado na Bélgica e
amigo da dupla. O segundo samba, que tem por nome “Naquele bar” começa
tímido e vira festa com o lindo bandolim de Marco Ruviaro, também paulistano
mas radicado na Itália, e a flauta de outra francesa apaixonada pelo Brasil: Cléa Thomasset.
Sobre o Ofício da Música
Desde a primeira edição, em julho de 2014, o Ofício da Música, em Ouro
Preto, tem como principal objetivo promover encontros do público com músicos
renomados, sempre com entrada gratuita. As atividades culturais são
viabilizadas pelo Museu do Oratório e são uma extensão do projeto, que
ocorre desde 2007, mensalmente, no Museu de Artes e Ofícios em Belo
Horizonte, sob a curadoria de Poti Castro.
Sobre o Museu do Oratório
O projeto Ofício da Música tem o patrocínio da Gerdau. Para manutenção de
suas atividades o Museu do Oratório conta com o patrocínio master da Gerdau,
o patrocínio da Oi e Cemig e conta com os benefícios das Leis Federal e
Estadual de Incentivo à Cultura e com apoio da Oi Futuro.
Serviço Ouro Preto:
Ofício da Música – Aurélie e Verioca
30 de abril, quinta-feira, às 19h30
Local: Hotel do Teatro – Rua Costa Sena 307